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domingo, 25 de setembro de 2011

3º dia - "O direito de Andrezinho"

Distrito de Outra Dimensão, 25 de setembro de 2011 (domingo)


Hoje foi um dia muito feliz e para dizer a causa tenho que contar a história do Andrezinho.
Todo domingo, passo pela casa dele para ir até o campinho de futebol e, em muitos dias, ouvi ele chorando muito alto.
Um domingo desses, vi ele, com muitas lágrimas, na janela e perguntei por que chorava tanto.
Ele contou que tinha levado uma surra e que isso acontecia quase todos os dias, pois o seu pai era muito bravo.
Coitado! Estava com o rosto todo vermelho.

Eu queria ajudá-lo de alguma forma e fiquei pensando nisso quando estava na sala da minha casa. Enquanto pensava, passava os olhos pelos livros da estante.
Vi que tinha um que se chamava: “Estatuto da Criança e do Adolescente”.
Estatuto da criança?
A minha mãe explicou que era um livro que falava sobre os direitos da criança.
Ela leu comigo alguns direitos e aprendi que a criança tem o direito de não ser mau tratada.

Tive uma ideia.
Pus o livro debaixo de um braço e a bola debaixo do outro e quando cheguei à casa do Andrezinho, fui andando bem devagar para ver se ele saía na janela. Não saiu e eu só ouvia o choro.

No outro domingo, coloquei um bilhetinho no livro: “Entregar para o seu pai”.
Quando ía passando pela casa, o Andrezinho estava na janela e eu entreguei o livro para ele e disse que entregasse ao seu pai quando ele fosse bater nele.

Depois do futebol, fui para casa e, quando cheguei, vi que o Andrezinho estava na porta da minha casa com o livro todo rasgado.
A minha mãe conversava com ele.
Ela pegou na mão dele e foi até a casa da Jacinta.
A minha mãe disse que ela era do Conselho Tutelar, um pessoal que se preocupa com as crianças da cidade.

No outro dia, quando a minha vó me pegou na escola, passamos em frente da casa do Andrezinho e Jacinta estava lá conversando.

Não ouvi mais choro do Andrezinho nos domingos seguintes e nem via ele na janela.

Mas, hoje, quando voltava do futebol, ele apareceu na janela e estava diferente, feliz e até me fez um jóia!
Acho que a Jacinta explicou melhor o direito do Andrezinho para o pai dele!

Até amanhã ...

Um comentário:

  1. Roquito, eu também vi no jornal outro dia uma notícia parecida - uma pessoa que encontrou a felicidade e parou de chorar com a ajuda do conselho tutelar... É tão bom ver as pessoas sorrindo, não é? Jóia para você!

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